À Mercê do Desejo

A chuva caía pesada sobre a cidade, encharcando as ruas e tornando a noite ainda mais perigosa. Júlia apertou o sobretudo contra o corpo, sentindo o tecido colar à sua pele molhada. Ela não deveria estar ali, mas algo a puxava irresistivelmente para aquele apartamento.

Para ele.

Subiu as escadas do prédio antigo, o coração acelerado não apenas pelo esforço, mas pela expectativa do que estava por vir. Quando bateu à porta, não houve tempo para hesitação.

Ela se abriu de supetão.

Miguel estava ali, encostado no batente da porta, os olhos escuros brilhando sob a pouca luz do corredor. Seu peito nu exibia músculos definidos, e o cabelo úmido indicava que ele também vinha da chuva.

— Você demorou. — A voz dele era rouca, carregada de desejo contido.

Júlia tentou falar, mas a respiração presa no peito não permitiu.

Num movimento rápido, Miguel segurou seu pulso e a puxou para dentro, fechando a porta com um impacto surdo.

O ar entre eles era eletrizante.

— Você veio até mim essa noite… então sabe o que isso significa. — Ele murmurou, deslizando os dedos pela lateral de seu rosto até a gola do sobretudo encharcado.

Ela estremeceu ao sentir o toque quente contrastando com o frio do tecido molhado.

— Significa que estou me entregando a você. — Sua voz saiu como um sussurro, os olhos cravados nos dele.

Um sorriso perigoso se formou nos lábios de Miguel antes que ele segurasse a gola do casaco e o puxasse para baixo, revelando o vestido colado ao corpo. O tecido estava transparente, grudando-se a cada curva de Júlia, expondo sua pele nua por baixo.

Os olhos dele escureceram ainda mais.

— Deus… você me provoca demais.

Antes que ela pudesse responder, os lábios dele tomaram os dela num beijo faminto. As línguas se encontraram com desejo bruto, uma explosão de calor que fez o ventre de Júlia apertar.

Ele a ergueu do chão, colando-a contra a parede, o corpo rígido pressionado ao dela. O calor que emanava dele era avassalador.

Os dedos dele deslizaram pelas alças do vestido, empurrando-as para o lado, revelando os seios empinados e arrepiados de excitação. Miguel desceu a boca, sugando um dos mamilos enquanto massageava o outro com destreza.

Júlia gemeu alto, os dedos se enterrando nos cabelos úmidos dele.

— Você é minha essa noite. — Ele murmurou contra sua pele, os dentes arranhando levemente seu seio antes de continuar a descida pelo seu corpo.

As mãos firmes seguraram sua cintura e, num movimento ágil, ele a virou contra a parede, suas costas nuas colidindo contra o peito quente dele.

Os dedos de Miguel deslizaram entre suas pernas, encontrando-a molhada e pronta.

— Você está tão quente pra mim… — Ele rosnou ao ouvido dela, deslizando dois dedos lentamente dentro dela enquanto sua outra mão segurava sua cintura, mantendo-a firme contra ele.

Júlia arqueou as costas, ofegante, enquanto os movimentos dele aceleravam, levando-a a um estado de puro êxtase.

Quando ela estava prestes a se desfazer em prazer, Miguel retirou os dedos, girou-a de frente para ele e a pegou nos braços, carregando-a até a cama.

Seus olhos se encontraram no exato momento em que ele se posicionou entre suas pernas.

— Diga que é minha. — Ele ordenou, a ponta de sua rigidez provocando sua entrada úmida.

— Eu sou sua… — Ela arfou, ansiosa para senti-lo por inteiro.

E então, ele a preencheu de uma vez.

O gemido de Júlia foi abafado pelo beijo profundo de Miguel, os quadris dele se movendo com intensidade, cada investida fazendo seu corpo estremecer.

O prazer se acumulava, crescendo a cada estocada firme, a cada toque, a cada beijo voraz.

Até que, finalmente, a explosão veio.

Os gemidos ecoaram pelo quarto enquanto os corpos tremiam em sincronia, um completando o outro, consumidos pela febre do desejo.

Quando o silêncio preencheu o espaço, Miguel deslizou os dedos pelo rosto de Júlia, um sorriso satisfeito nos lábios.

— Eu avisei que você estaria à mercê do desejo essa noite.

E ela soube que não seria a última vez.

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